quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Visão Humana...


Ao observar o semblante de uma pessoa que ainda não nasceu, fica fácil perceber que nada realmente importa sob o ponto de vista óbvio de um prisma comportamental de esdrúxula capacidade de exploração que é a mente humana, ou seja, a limitação que possuímos ao tentar escalar as montanhas agudas dos seres ditos humanos nos deixa a ver navios quando o que realmente queremos é entender os processos internos desses seres. Uma pessoa pode estar viva e ainda não ter nascido se entendermos que nascimento nada mais é do que o despertar reflexivo sobre si mesmo. Lançar um olhar realmente reflexivo sobre si mesmo pode ser magnífico, mas o que podemos descobrir tem grandes chances de ser aterrador. Podemos ver como somos repugnantes e fadados ao descaso com os outros e que o que nos impulsiona a permanecer vivos é uma coisa que, por mais que digam que sim, ainda não encontraram. Dizem que é o amor, como amor, se temos a tendência de sempre magoar os outros? Dizem que é Deus, como Deus se (segundo dizem) Ele nos deu o livre arbítrio e nós o usamos para magoar uns aos outros? O nosso núcleo possui programação sistemática para não gostar de mais ninguém a não ser nós mesmos. Pode ser uma visão pessimista e até com um tom apocalíptico da humanidade, porém aceitar tais condições é prazeroso quando damos início à revisão de nossos atos pretéritos. Damos início a um entendimento mais leve aos nossos próprios atos e, consequentemente, aos dos outros e, antes que digam, sim, já disseram isto na Atenas antiga...Certo, a história de Sócrates e Oráculo de Delfos... Sócrates! Sempre ele...Bem se não há como fugir, melhor aceitá-lo!. Agora, voltando ao assunto (sem nem ter saído), a sensação de aceitar o que você fez como uma coisa intrínseca à sua essência (o que é essência?) se não é confortante, é, pelo menos, de cunho apaziguador com a sua consciência. E o sentimento dos outros? Os outros já têm seus próprios demônios internos e quando perceberem que o que você fez a eles não passa de uma ínfima parcela do que realmente deveriam se preocupar e que talvez poderiam ter feito o mesmo ou até pior com você ou com outros, então o que você fez vai virando uma simples lembrança ruim que pode ficar guardada para um momento de vingança, o que somente corrobora com o que foi dito até aqui. Aceitar que fazemos parte de um organismo que funciona como uma ciranda de atos e fatos (que são atos, só que com um “f” na frente) que no final das contas, computando-se todos os resultados, o resultado seria zero, isto é, o que acontece entre o nascimento e a morte não passa de um simples jogo às vezes de bom gosto. Quando do momento da morte, fica a sensação de tempo perdido, uma gama de coisas sem sentido. Então qual o porquê de permanecer vivo? Este é o grande erro dos suicidas, pensam que só por causa da vida não possuir sentido deveriam acabar com as suas respectivas. Ora ora, a vida só é boa por que simplesmente é desprovida de sentido, somos bombardeados com situações novas, pessoas novas e até novas lembranças a todo momento, o problema é que alguns têm uma certa dificuldade de atentar para isso.

2 comentários:

Anônimo disse...

Rapaz... quase cortei meus pulsos aqui hehehe Tá um tanto pessimista, por debaixo dos panos... A profundidade das tuas palavras deixaram rasos os pensamentos impetrados na minha cuca! Continua escrevendo aí pq eu vou divulgar esse blog, bro! hehe
Gostei mesmo... A parte da tua reflexão sobre si mesmo é que eu mais gostei.
FLW
Ah, é teu primo Diego!

Anônimo disse...

Queria ter um filho assim, kkkkkk
mas assim já foi demais, a cria ficou maior que o criador.
Valeu filhão
Papai