quinta-feira, 5 de novembro de 2009


Talvez Pitágoras não soubesse que ao dividir sua reta ao meio estaria iniciando um processo de criação de ruídos, de sons, de músicas. A organização das notas musicais, para mim, ainda é um mistério. Não consigo conceber que haja algo de racional agregado às nuances que são emanadas das ondas que chegam aos ouvidos. Muito já se falou sobre música. Cursos foram criados. Técnicas são aprimoradas. Instrumentos mirabolantes são inseridos nos contextos. Bits e bytes entram nos contextos. Eu não sei tocar nenhum instrumento, porém ao ouvir música (claro que não todas, geralmente as que possuo afinidade) uma conseqüente onda de abstrações povoam minha mente sem fazer sentido, o que eu acho muito bom, já que o mundo é tão cheio de “sentidos” que devemos buscar, ou não? Uma dessas abstrações serviu para dar forma a este escrito breve sobre a musicalidade (sei que estou escrevendo de novo sobre isso), pois o mundo é música. Ando por aí escutando músicas (graças aos bytes e bits) e vez por outra me vejo meio perdido, suspenso no ar. Ouvir a voz da Grace Jones (La vie en roooooseeeeee!) ou um acorde (o que é isso?) da guitarra do Slash faz-nos perceber que existe algo que transcende o humano. Já me peguei várias vezes com lágrimas nos olhos ouvindo música (não, não é frescura!) e isso sem nem perceber ou saber o porquê. Estranho isso! A introspecção é inevitável e o mais intrigante é que em músicas que contém “letra” estrangeira, sentimos a mesma catarse que em músicas da língua pátria, ou seja, o sentido das palavras às vezes torna-se irrelevante. A sonoridade é uma dádiva. A cada passo dado, temos a música ao nosso lado. Se você procura algum sentido para a sua vida, ouça música. Que seja uma Ária de Ópera ou Florentina do Tiririca, pois emoções despertas não faltarão em nenhuma das duas. Obrigado Pitágoras!