terça-feira, 22 de setembro de 2009

Nosso Mundo (Por Marcelo França - Colaborador Oficial)



Se não já bastasse o mundo como está, agora uma gripe dos porcos. Mas não pára por aí, ainda temos aquela que vem dos frangos, que está bem guardadinha esperando para sair do poleiro e entrar no terreiro do desespero do horário dos telejornais.

A pouco tempo atrás, a vaca foi pro brejo, melhor seria ter ido pra o psiquiatra. Falo agora da vaca louca. O que falta mais acontecer? Qual é o próximo bicho que ficará doente e espalhando o desespero entre os consumidores?

Será o fim do mundo? O mundo que nós conhecemos não existe mais. Nada é como antes, o ser humano deixou de ser parte do sistema e passou a ser um vírus combatido pela mãe Gaia. Certa vez, em um filme, um personagem disse que a raça humana era a única espécie do planeta que não entrava em equilíbrio com as outras espécies; continuou dizendo que o comportamento humano assemelhava-se a de um câncer, pois, como este, multiplicava-se de forma desproporcional implicando em desequilíbrio. Infelizmente devo concordar com o pensamento.

O apocalipse ensaiado por inúmeros vilões na literatura mundial já tem seu início. O pior é que não vejo nenhuma superliga implementando esforços para reverter a situação. Nesse cenário somos os vilões que por nossa sanha de consumo mexemos, poluímos e destruímos o planeta. Nosso way of life é um caminho sem volta segundo os cientistas. A bomba em contagem regressiva mostra seus minutos finais.

Há esperança? Sim, Darwin e sua seleção natural. Por esse motivo que disse que o mundo não é mais como antigamente. Não sei como será no futuro, se seremos homo sapiens ou algum outro homo que com absoluta certeza evoluiu pela ignorância. Então que venham os bichos e suas doenças, o Pólo Sul e suas geleiras, o Sol com seu fogo e veremos que bicho seremos. Duvido se somos homo sapiens, pois, não desmerecendo os porcos, já estamos na lama, então que bichos somos hoje?

As "Cantoras" do Tio Sam.(Por Marcelo França - Colaborador Oficial)



Engraçado como figuras como a Britney Spears, Cristina Aguilera e Hillary Duffy começaram suas carreira de pop stars. Podemos dizer que começaram no jardim de infância, todas participaram do Clube do Mickey, programa infantil que demonstrava os talentos desses fenômenos na música e atuação. Não se trata de questionar o talento dessas pessoas, pois muitas são talentosíssimas. Porém o marketing as fez.

Podemos traçar uma escala evolutiva dessas meninas. Começam explorando a inocência e depois, com o amadurecimento, rendem-se a desbravar a sexualidade que vai aflorando. Não é puritanismo que impele essas linhas, mas desvendar a fórmula que impulsiona suas carreiras. Passemos analisar cada uma dessas fases, são três:

1. A Inocência


Um anjo veio a Terra e aqui se põe a cantar. Inebriar os pobres mortais. Sua voz doce e aveludada chega aos ouvidos por melodias sem segundas intenções, as palavras são o que realmente querem dizer, isto é, um soverte é para tornar uma tarde de calor mais agradável. As metáforas estão fora de cogitação.

2. A primeira menstruação


Enfim a puberdade. Os hormônios já não são os mesmos que rimavam as letras da música de criança, porém as coisas ainda mantêm certo pudor, tipo, como se mãe falasse: “Filha, a virgindade é algo que deve ser preservada, é preciso entregar somente a quem merecer e se possível só depois de casar”.


O objetivo é mostrar que com o amadurecimento da pop star não se restringe a peitos maiores ou a um ciclo menstrual, mas também a vontade de deixar a inocência um pouco de lado e colocar a barriguinha de fora.

3. Virgindade é coisa do passado


É a penúltima fase. A metamorfose das borboletas do Tio Sam tem inicio. O pudor que segurava as periquitas dentro das calcinhas foi deixado de lado por gestos lascivos. “E a música?” alguém perguntaria, a música cheia de metáforas deixa um pirulito mais fálico que o órgão genital.


Tudo é jogado para fora e simplesmente o corpo toma mais evidência que a voz, a coreografia é feita para isso, deixar em evidencia as pernas, os peitos e dê-lhe cabelo para um lado e para outro. Chegamos à era do playback, frente toda a performance do palco, somente esse recurso para garantir a música.

E assim fechamos a escala evolutiva dessas borboletas do entretenimento. É apenas uma constatação e não uma generalização, pois é isso que chega pela televisão.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009


A “culturalidade” é um traço humano “segregador” que ultrapassa as premissas do conviver em harmonia com tudo e com todos. Objetos culturais exprimem a pluralidade do animus humano em ser criador de si mesmo e produzir a catarse inútil de uma arte sem significância e efêmera por não conseguir ser algo diverso. Saberes e haveres contemporâneos são como poesias nunca escritas, sem valor e perigosas, pois podem virar ação e poesia é loucura, não ação. O labor empreendido em atos culturais é partícula nanica em termos da universalidade paradoxal em que a racionalidade humana é sempre posta à prova por não conseguir desenvolver um bem-estar aceitável e sem conseqüências desastrosas. Cultura, cultura, cultura que nos torna inferiores aos outros seres vivos e, talvez, não vivos. Por ser reflexivo, o animal humano tende para a criação de conceitos e convenções nocivas à sua própria existência. O que dizer da Filosofia? Um emaranhado de elucubrações e tempestades cerebrais? Bem, a Filosofia é o “algo” que mais nos aproxima do ideal civilizatório (outro paradoxo?). Ideal não no sentido desenvolvimentista que nos é fatal, mas sim no sentido de harmonizarmo-nos com a existência perfeita das mundanidades propriamente ditas. O fator inquisitivo da Filosofia é providencial para a destruição das percepções nocivas e auto-destruidoras. A renovação das inquirições filosóficas, radicais, é necessária na medida em que um novo direcionamento epistemológico poderia fazer a humanidade não caminhar para o colapso eminente em que encontra-se mergulhada.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

FUEL


Em pensamentos somos postos diante de tramas perniciosas de artifícios de lamentáveis magnitudes. O fechamento de olhos que simboliza a morte (tão esperada morte) é perfeito. Nossa preferência por viver é insana (o que não é insano?). Em nossa individualidade encaixamo-nos nas multidões sem ter para onde ir ou pelo menos olhar. O ideal seria vivermos como Eric Cartman, sem preocupações com os outros e imediatistas ao extremo mortal. Seríamos desprovidos de remorsos ou qualquer coisa do tipo. Porém, Cartman é somente um caractere do imaginário de dois cérebros geniais, somos humanos o bastante para não alcançarmos o garoto anti-semita. Viver não é algo com sentido. Vozes em nossos ouvidos são disparates da mais alta nobreza, moral e ética de comportamentos. Risível! Escritos antigos, como a Bíblia, e ultramodernos, como Mangás (é assim que se escreve?) orientais são repletos de preceitos e regras deontológicas. Somos prescritos e proscritos. A liberdade é ilusão mesmo em pensamento. Será que as convicções são realmente prisões, como nos disse um homem Röcken? É um caso a se pensar... A existência em um plano newtoniano é clara e simples e aí reside o problema. Por sermos simples demais, não conseguimos ter uma abstração mais completa e concisa das diversas realidades circundantes. Nossa insignificância ferrenha é fruto de nossa ignorância. Reduzimos Deus à imagem humana (quanta “galinhada”, poderia dizer Lévi-Strauss) e se Ele tiver senso de humor, o que achamos que tem, deve rir muito. Deus é o vento, e o vento não tem forma. Deus, por ser incompreendido e saber disso, é complacente com nossos atos estúpidos e reducionistas (Deus cabe em um livro?). Não sabemos nem se merecemos tamanha “abertura de braços” (entre aspas mesmo). Princípios nossos são derrocadas da humanidade. O fim está próximo, o Filho voltará (ele foi?) e seremos salvos de nós mesmos, pois é somente disso que precisamos, o resto já nos foi dado.