domingo, 10 de maio de 2009

Nuances da Enchente


Prefacialmente, cumpre-nos ressaltar que ao fazer uma análise mais pormenorizada de acontecimentos que fazem jus ao comportamento social humano é algo deveras árduo, pois estudar indivíduos em grupo carece de extrema atenção para que não corramos o risco de cair em ideologias sejam elas quais forem. È, mas fugir de ideologias já é algo ideológico! Portanto, caros, confessamos que esta análise é feita sobre nossa ótica (mesmo sabendo não identificar que ótica é essa) e, é sim, não neutra.

Ciclos, a vida é cheia de ciclos. A vida e suas nuances são cíclicas assim como todos os sistemas provenientes da razão humana. Aí está o Capitalismo que não nos deixa mentir. Logo, as crises vêm e vão, inclusive as da moralidade, seja ela em qualquer setor, religioso, social ou político. Por isso, não nos espantemos tanto como hodiernamente está a configuração do planeta no que tange às organizações sociais e principalmente às políticas. Algo verossímil no passado aconteceu (mesmo que isoladamente). Cabe a nós termos consciência para enfrentar as malevolências oriundas da evolução (ou involução?) das pilastras mentais que perfazem o caminho do tão propalado desenvolvimento da humanidade (onde vamos parar?).

A política como hoje a temos é um apanhado de regras que seguem interesses quase sempre sem elo com aquilo que está em seu nascedouro, ou seja, a busca pelo bem estar social. Não converge para um melhor uso da capacidade humana para criar, pois está somente contribuindo para o esfacelamento de Instituições que deveriam dar conta dos anseios de um “Demos” que cada vez menos confia na “Cracia”.

Trazendo o assunto para o nosso bojo geográfico, é gritante a falência da política. A política local está intricada de confusão entre o público e o privado. Nosso Maranhão é um emaranhado de interesses que carecem de fundamentação moral e ética. Não diz respeito, em primeiro plano, à instalação de diretrizes que poderiam trazer um mínimo de desenvolvimento que fosse. A política em nosso Estado não passa de um agregado de grupos que envolvem a distribuição de gracejos e troca de favores que nem de longe leva em consideração o povo como principal escopo das normas e organizações que deveriam em demasia olhar para a base da tão falada pirâmide social. Não sairemos do estado de letargia enquanto nos cegarem com práticas midiáticas que servem ao poder de uma oligarquia disfarçada de aristocracia encabeçada por um falso Estadista que nos envergonha em proporções planetárias. Estamos jogados, literalmente, numa enchente de desmandos e falta de vergonha. Não queremos um salvador da pátria, mas pelo menos alguém que jogue uma bóia para que possamos sair do mar de lama em que estamos soterrados até o pescoço.