quinta-feira, 10 de setembro de 2009


A “culturalidade” é um traço humano “segregador” que ultrapassa as premissas do conviver em harmonia com tudo e com todos. Objetos culturais exprimem a pluralidade do animus humano em ser criador de si mesmo e produzir a catarse inútil de uma arte sem significância e efêmera por não conseguir ser algo diverso. Saberes e haveres contemporâneos são como poesias nunca escritas, sem valor e perigosas, pois podem virar ação e poesia é loucura, não ação. O labor empreendido em atos culturais é partícula nanica em termos da universalidade paradoxal em que a racionalidade humana é sempre posta à prova por não conseguir desenvolver um bem-estar aceitável e sem conseqüências desastrosas. Cultura, cultura, cultura que nos torna inferiores aos outros seres vivos e, talvez, não vivos. Por ser reflexivo, o animal humano tende para a criação de conceitos e convenções nocivas à sua própria existência. O que dizer da Filosofia? Um emaranhado de elucubrações e tempestades cerebrais? Bem, a Filosofia é o “algo” que mais nos aproxima do ideal civilizatório (outro paradoxo?). Ideal não no sentido desenvolvimentista que nos é fatal, mas sim no sentido de harmonizarmo-nos com a existência perfeita das mundanidades propriamente ditas. O fator inquisitivo da Filosofia é providencial para a destruição das percepções nocivas e auto-destruidoras. A renovação das inquirições filosóficas, radicais, é necessária na medida em que um novo direcionamento epistemológico poderia fazer a humanidade não caminhar para o colapso eminente em que encontra-se mergulhada.

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